Saudade…

10153201_453924314738409_2131092299_nRIO DE JANEIRO – Dia 29 de março de 1981. Eu estava lá, há 33 anos, assistindo o GP do Brasil de Fórmula 1 na volta da categoria ao Rio de Janeiro. Chovia adoidado e eu, como 90% dos torcedores, estava ensopado até a alma na corrida em que todo mundo esperava uma vitória do Nelson Piquet – que não veio. Deu Carlos Reutemann na cabeça, com a Williams FW07C Cosworth.

Mas a saudade, mesmo, bateu duplamente: do Autódromo de Jacarepaguá e desse cara que desfilava arrojo, loucura e muita velocidade. Gilles Villeneuve, a lenda do #27 a bordo de sua Ferrari 126 CK, bico já quebrado por alguma barbaridade cometida no início do GP do Brasil.

Esse canadense era demais! Chorei muito quando ele morreu no ano seguinte. E em 1982, um ano depois dessa chuva, ele protagonizou uma disputa épica pela liderança com Keke Rosberg e Nelson Piquet, até rodar e bater.

The Prologue: Audi faz os melhores tempos no sábado, mas Porsche fecha treinos na frente

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RIO DE JANEIRO – Com um público de mais de 8 mil pessoas que acorreu aos boxes do circuito de Paul Ricard, pôde se aproximar dos carros e conseguir autógrafos de todos os pilotos presentes, terminou o The Prologue do Mundial de Endurance (WEC) neste sábado. A Audi fez os melhores tempos do dia na casa de 1’43”, mas foi a Porsche que terminou os dois dias de atividades de pista com o melhor tempo, obtido por Brendon Hartley na sessão noturna.

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Hoje, os dois R18 e-tron quattro ficaram à frente na folha de tempos – cada um numa sessão. O #1 de Lucas Di Grassi/Loïc Duval/Tom Kristensen ficou em primeiro de manhã, com a marca de 1’43″017, tempo que não foi suplantado pelo 1’43″423 de Bénoit Tréluyer/Marcel Fässler/Andre Lotterer na sessão da tarde.

A Porsche ficou mesmo com o segundo tempo do sábado – 1’43″341 do #14 de Romain Dumas/Neel JaniMarc Lieb, somente três milésimos abaixo do #20 de Mark Webber/Brendon Hartley/Timo Bernhard. Os novos Toyota TS040 Hybrid acabaram com o quinto e sexto tempos do dia, com os Rebellion Lola B12/60 Toyota cravando marcas cerca de cinco segundos acima dos LMP1-Hybrid.

Entre os LMP2, Shinji Nakano acabou por estabelecer o melhor tempo dos dois dias com o Oreca 03 Nissan #23 da Millenium Racing – que nem foi à pista no dia de hoje. Os melhores tempos do sábado foram do Oreca 03 #27 da SMP Racing pela manhã e do #47 da KCMG Racing, de tarde.

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Na LMGTE-PRO, fechou à frente o Porsche 911 (991) GT3 RSR de Fréderic Makowiecki/Marco Holzer/Richard Lietz, com a marca de 1’58″041 alcançada na sexta-feira. Hoje, o #92 estabeleceu o melhor tempo do primeiro treino com 1’58″329 e depois à tarde somente dois carros andaram em Paul Ricard: o #71 da AF Corse e o #99 da Aston Martin Racing, que tem entre os pilotos o brasileiro Fernando Rees.

E na LMGTE-AM, deu Porsche na cabeça: neste sábado, os melhores tempos foram do #75 da Prospeed Competition numa sessão e do #88 da Proton Competition na outra. Mas no combinado dos dois dias, quem ficou à frente foi a Ferrari #90 da 8Star Motorsports, com a marca de 1’58″507, apenas 0″038 mais veloz que o #81 da AF Corse e o #88 da Proton.

Hamilton e Mercedes: os alvos do momento

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RIO DE JANEIRO – Como todo mundo sabe, nesta época do ano chove  –  e muito – na Malásia. São as chamadas monções tropicais, quase sempre com hora marcada. Bernie Ecclestone, teimoso como ele só, na busca de agradar a audiência europeia, coloca treino e corrida da 2ª etapa do Mundial de Fórmula 1 num horário não muito agradável – especialmente para o público sul-americano.

Resultado: choveu, como é de hábito. E o treino, com início às 5h de Brasília, teve o início adiado em 50 minutos. E haja paciência para aturar fofocas e outras bobagens.

O que vale a pena dizer é que, no seco ou no molhado, a Mercedes está à vontade. E Lewis Hamilton, mais ainda. O piloto britânico foi o melhor em todas as partes do treino classificatório e colocou seu bólido prateado na pole position. É a 33ª vez em que Lewis sai na frente numa corrida de Fórmula 1, o que o credencia a superar a marca do compatriota Nigel Mansell, que dividia com ele a primazia do britânico com o maior número de posições de honra na história. As 33 poles o deixam empatado com Jim Clark e Alain Prost e, na média, Hamilton fez uma pole a cada quatro corridas na carreira. Nada mal…

Apesar do aparente domínio dos carros do construtor alemão até agora neste fim de semana, a Red Bull pelo visto pôs as manguinhas de fora. O tetracampeão Sebastian Vettel, que parecia morto e enterrado – e muitos até queriam vê-lo assim – conseguiu um lugar na primeira fila, desbancando Rosberg e perdendo a pole por apenas 0″055. Desvantagem ínfima em relação a Hamilton, considerando que só os dois primeiros baixaram da casa de 2 minutos no Q3.

Fernando Alonso, apesar de um erro terrível dele e da equipe no Q2, quando o espanhol tocou na Toro Rosso do novato Daniil Kvyat, ainda conseguiu um brilhante quarto lugar. A bandeira amarela que se seguiu ao contato entre o piloto da Ferrari e o jovem russo foi de colher para que os mecânicos consertassem um braço de suspensão da F14-T em tempo recorde. E o piloto compensou com um belo resultado na pista, duas posições à frente de Kimi Räikkönen.

Bacana ver Nico Hülkenberg mais uma vez no Q3 com a Force India. O alemão segue como um dos bons valores da categoria e fez o 7º tempo, classificando-se com enorme tranquilidade à frente do companheiro de equipe Sergio Pérez. Também Jean-Eric Vergne foi bem e obteve a nona posição com seu Toro Rosso.

As decepções do treino foram McLaren e Williams, com erros de avaliação no uso dos pneus para as condições de pista molhada em Sepang. A McLaren errou nas duas fases decisivas da qualificação e foi por pouco que seus dois pilotos não avançaram ao Q3. Na briga pela Superpole, Kevin Magnussen esteve longe do brilhantismo do treino do GP da Austrália e Button, insistindo com pneus intermediários num piso muito molhado, só poderia terminar onde terminou: em décimo.

Já a Williams deitou por terra qualquer possibilidade de Felipe Massa e Valtteri Bottas em obter um bom resultado. Some-se a isso o agravante da chuva não favorecer o FW36, que é um carro “traseiro” e com enorme tendência a não conseguir uma boa performance em piso molhado. Por mais que os pilotos se esforçassem, não deu para conseguir uma sequência de voltas que garantisse ambos no Q3. A opção por pneus intermediários revelou-se um erro. Massa ficou apenas com a 13ª posição e Bottas foi o décimo-quinto. Depois, o finlandês acabou penalizado pelos comissários por bloquear a volta rápida de Daniel Ricciardo. Valtteri perdeu três posições no grid e larga em décimo-oitavo.

De resto, o treino mostrou também que a Sauber permanece na zona da marola e a Lotus, embora ainda tecnicamente bem desorganizada, evoluiu alguma coisa. Tanto que Romain Grosjean avançou para o Q2 e o carro de Maldonado pelo menos saiu do lugar, com o venezuelano ficando em 18º após o Q1, no qual também ficaram fora – como sempre  – os dois pilotos da Marussia e os dois da Caterham, com Jules Bianchi e Kamui Kobayashi não encontrando nenhum problema para superar seus companheiros de equipe.

Extra-oficialmente, o grid de largada do GP da Malásia é este:

1. fila
Lewis Hamilton (Mercedes W05) – 1’59″431 – Q3
Sebastian Vettel (Red Bull RB10-Renault) – 1’59″486 – Q3
2. fila
Nico Rosberg (Mercedes W05) – 2’00″050 – Q3
Fernando Alonso (Ferrari F14-T) – 2’00″175 – Q3
3. fila
Daniel Ricciardo (Red Bull RB10-Renault) – 2’00″541 – Q3
Kimi Raikkonen (Ferrari F14-T) – 2’01″218 – Q3
4. fila
Nico Hulkenberg (Force India VJM07-Mercedes) – 2’01″712 – Q3
Kevin Magnussen (McLaren MP4/29-Mercedes) – 2’02″213 – Q3
5. fila
Jean-Eric Vergne (Toro Rosso STR9-Renault) – 2’03″078 – Q3
Jenson Button (McLaren MP4/29-Mercedes) – 2’04″053 – Q3
6. fila
Daniil Kvyat (Toro Rosso STR9-Renault) – 2’02″351 – Q2
Esteban Gutierrez (Sauber C33-Ferrari) – 2’02″369 – Q2
7. fila
Felipe Massa (Williams FW36-Mercedes) – 2’02″460 – Q2
Sergio Perez (Force India VJM07-Mercedes) – 2’02″511 – Q2
8. fila
Romain Grosjean (Lotus E22-Renault) – 2’02″885 – Q2
Pastor Maldonado (Lotus E22-Renault) – 2’02″074 – Q1
9. fila
Adrian Sutil (Sauber C33-Ferrari) – 2’02″131 – Q1
Valtteri Bottas (Williams FW36-Mercedes) – 2’02″756 – Q2 (*)
10. fila
Jules Bianchi (Marussia MR03-Ferrari) – 2’02″702 – Q1
Kamui Kobayashi (Caterham CT05-Renault) – 2’03″595 – Q1
11. fila
Max Chilton (Marussia MR03-Ferrari) – 2’04″388 – Q1
Marcus Ericsson (Caterham CT05-Renault) – 2’04″407 – Q1

(*) punido com perda de três posições por bloquear Ricciardo

V8 Supercars: Whincup vence duas na Tasmânia

Jamie Whincup

RIO DE JANEIRO – O atual campeão do International V8 Supercars Jamie Whincup fez neste sábado de abertura da segunda rodada da temporada 2014, a pontuação máxima nas duas provas disputadas no circuito Symmons Plains International Raceway. Pole position para ambas as corridas, quarta e quinta válidas pelo campeonato, o piloto da Red Bull Racing Australia foi soberano na Tasmânia, no circuito de pouco mais de 2,4 km de extensão.

Whincup faturou a primeira corrida do dia com menos de um segundo de vantagem para James Courtney, também com um Holden a exemplo do vencedor. Mark “Frosty” Winterbottom obteve o terceiro posto, seguido pelo veteraníssimo Russel Ingall. O “Enforcer”, aos 50 anos, conseguiu um grande resultado na primeira bateria da rodada tripla do fim de semana em Symmons Plains.

Líder do campeonato até antes da segunda rodada, graças aos resultados da Clipsal 500 em Adelaide, Craig Lowndes foi apenas o 8º colocado, atrás de Scott McLaughlin (Volvo), Garth Tander (Holden) e Will Davison (Erebus Mercedes), este ofertando à marca da estrela de três pontas o melhor resultado do construtor na competição. Já o melhor Nissan ficou num distante 18º lugar, com James Moffat a bordo.

Na prova #2 de Symmons Plains, deu de novo Whincup, com Mark Winterbottom em segundo e a terceira posição desta vez foi de Fabian Coulthard. Scott McLaughlin voltou a brilhar com o Volvo S60 e foi quarto, seguido por Garth Tander e Jason Bright, ambos com Holden.

Craig Lowndes largou do fim do grid em razão de irregularidades e conseguiu ainda um razoável 5º lugar, bem à frente do melhor Erebus Mercedes, desta vez guiado por Lee Holdsworth, que foi décimo. James Moffat obteve a 13ª colocação, sendo o melhor piloto do lote da Nissan.

O sueco Robert Dahlgren, único forasteiro da competição, continua devendo: foi 20º na corrida #1 em Symmons Plains e décimo-oitavo na corrida #2.

Neste domingo, os pilotos voltam à pista da Tasmânia para a corrida #3, para a qual – claro – será realizado um treino classificatório que define o grid. O horário de largada é 15h55 locais, 1h55 pelo horário de Brasília.

Direto do túnel do tempo (182)

GaryBrabham1989RIO DE JANEIRO – O piloto da foto acima, testando uma Benetton B188 na pré-temporada de 1989, é o aniversariante do dia. Trata-se de Gary Brabham, o filho do meio de Black Jack Brabham, o lendário piloto tricampeão mundial de Fórmula 1.

Ressalte-se que dos três herdeiros do antigo piloto e construtor de carros de corrida, apenas o primogênito não flertou com a categoria máxima. David fez algumas provas pela própria Brabham e pela Simtek, anos mais tarde. Gary sequer teve a chance de largar para um Grande Prêmio.

O teste com a Benetton foi uma das únicas coisas perto de um carro de verdade que Gary teve em mãos na Fórmula 1, pois em 1990 ele aceitou guiar o tenebroso Life com motor W12. Não foi, claro, uma experiência das melhores. Além do carro não render e da potência ser risível, os resultados foram ridículos. O piloto tentou se pré-qualificar nos GPs dos EUA, em Phoenix e do Brasil, em Interlagos. Neste último, o motor engripou – totalmente sem óleo.

Gary foi absolutamente sincero com Ernesto Vita, o dono da Life. Tinha uma proposta para correr de Fórmula 3000 pela Middlebridge, o que certamente lhe seria mais vantajoso do que guiar uma autêntica cadeira elétrica. E, sem hesitar, trocou o certo pelo duvidoso. Embora os resultados não tenham sido espetaculares, Brabham fez dois pódios em Monza e Enna-Pergusa, com um Lola-Cosworth. Acabou em 11º no campeonato ganho por Erik Comas, com oito pontos.

Há 24 anos, direto do túnel do tempo.

Enquanto isso, em Tarumã…

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RIO DE JANEIRO – O Brasil não aproveita o potencial de seu automobilismo para ter um campeonato de Endurance forte. Azar de quem não sabe fazê-lo, pois a turma do Rio Grande do Sul faz. E com grande competência. A abertura do Campeonato Gaúcho de Endurance é neste fim de semana. E o grid é disparadamente superior a qualquer tentativa feita a nível nacional nos últimos anos.

Vocês duvidam? Pois o Niltão Amaral traz a boa nova. Quase 40 carros inscritos para a primeira prova da temporada. Uma pena que uma das atrações, o Opalão prometido para Marcos Voges/Ramiro Tissot/Paulo Machado sofreu um forte acidente durante os treinos livres e dificilmente reunirá condições de competir.

A temporada 2014 da Endurance gaúcha compreende sete classes em disputa – três de protótipos e quatro para carros de turismo – divididas pelas características mecânicas e também de peso de cada veículo. Os destaques, claro, são os seis protótipos da categoria I, que prometem bastante. O novo MR18 Audi Turbo, que fez sua estreia nas 12 Horas de Tarumã e abandonou cedo com problemas mecânicos, agora teve tempo para ficar ‘no ponto’ e poder lutar contra os MRX e o MC Tubarão que compõem o restante do plantel.

O Niltão estará na pista a bordo do Passat “Canhão” número #81 que ele irá dividir com Cleiton Krause na primeira prova do ano.

As 3 Horas de Tarumã largam domingo a partir de 12h30 de Brasília. Os treinos classificatórios acontecem neste sábado.

Eis a lista completa de inscritos:

Categoria I:
#4 – MR18 Audi Turbo – Vinícius/Felipe Roso/Cacau Ricci
#5 – MC Tubarão – Tiel de Andrade
#10 – MRX Audi Turbo – Machão Cardoso/Tigrinho
#12 – MRX Audi Turbo – Luciano Cardoso/Jindra Kraucher
#26 – MRX Opel Turbo – Osvaldo Scheer/Marco Garcia
#80 – MRX Duratec Turbo – Alexandre Finardi/Felipe Bertuol

Categoria II:
#33 – Tornado Hayabusa – Cali Crestani
#65 – MRX Duratec – Nilson Ribeiro/José Ribeiro
#98 – Tornado Hayabusa – Guaracy/Luiz Fernando/Rafael Costa

Categoria III:
#2 – Spyder VW – Sandro Loff/Moisés Rosemberg
#8 – Spyder VW – Pedro Ávila/Carlos Rabello Neto
#16 – Spyder  – Irineu Camargo
#47 – Aldee VW – Regis Boessio/Rodrigo Messa/Clauber Chisté
#91 – Spyder – Jorge Machado/Maninho Cardoso
#199 – Spyder VW – Gabriel Matzenbacher

Categoria IV:
#6 – Maserati Trofeo – L. Fernando/L. Augusto Bassani
#9 – Maserati Trofeo – Ivo Siviero/Daniel Scarton
#13 – Maserati Trofeo – Tiago Marchesini/Adio Garda
#17 – Montana Stock –
#18 – Maserati Trofeo – Fernando Poeta

Categoria V:
# 1 – Linea Turbo – Celso/Cleber Schuler
#44 – Linea Turbo – Severino O./JB Rodrigues/Zureia
#69 – Audi A3 Turbo – Bacher/Julio Martini/Kauê Souza
#91 – BMW V8 – Jorge/Rui Machado
#143 – Opala 6 cil. – Marcos Voges/Ramiro Tissot/Paulo Machado

Categoria VI:
#3 – Gol G3 – Delcio/Marcelo/Renato Dornelles
#7 – Gol G5 2.0 16v – Aldoir Sette
#41 – Gol G4 – Alexandre/Bruno Romanzini/Everton Poletto
#51 – Escort – Telmo Jr./Vinetou Zambon
#81 – Passat Canhão – Niltão Amaral/Cleiton Krause
#88 – Gol G3 – Ricardo/Juarez Terres
#177 – Volvo C30 – Rodrigo Bacher/Rodrigo Lemke/Cícero Paiva
#222 – Gol G4 – Reinaldo/Ike Halmenschlager

Categoria VII:
#11 – Polo – Airton/Isadora Diehl/Bruno Razia
#21 – Corsa – Jean Elias/Alexandre Steffenon/Bujão
#52 – Corsa – Tamar Peretti
#53 – Gol – Márcio Martins
#63 – Fiesta – Scomazzon/Ed/Erico Postal
#77 – Gol G3 – Daniel Elias