Jan e o Esquife

tumblr_mwfz043ECV1qcgmxso1_1280RIO DE JANEIRO – A foto acima traz figura inconfundível do querido Jan Balder ao lado de um dos carros mais folclóricos do automobilismo brasileiro: a BMW que ganhou o apelido de Esquife Voador.

Originalmente, era uma BMW Schnitzer 2002 TI da equipe CEBEM (sigla para Companhia Brasileira de Empreendimentos), na qual o chefe de equipe era Aguinaldo de Góes. Foi o “Arguina”, com uma forcinha do Ciro Cayres, que com um arco de serra deu a partida para o corte das colunas da capota do carro bávaro, fazendo nascer o Esquife Voador, uma BMW sem capota, apenas com o espaço para o habitáculo e um arco de proteção para o piloto. O resto foi preenchido com folhas de alumínio e o carro, logicamente, precisou ter molas e suspensões recalibradas.

Jan, que participou de várias provas com a equipe CEBEM, tem entre seus orgulhos na carreira a vitória nos 1500 km de Interlagos, na reabertura do circuito paulistano, em 8 de março de 1970, em dupla com o próprio Ciro Cayres. Nessa corrida, inclusive, a equipe não dispunha de muitos pneus importados da marca Dunlop e Jan, com uma ajuda do chefe dele na Pirelli, o sr. Bernardini, conseguiu pneus nacionais Cinturato, que foram úteis para a vitória do Esquife Voador.

Na foto acima, envergando um belíssimo macacão duas peças, talvez um Les Leston, Jan aguarda para participar da prova Duas Horas de Curitiba, em 11 de outubro do mesmo ano.

Fúria Fenemê

tumblr_n088t3wCum1qcgmxso1_1280RIO DE JANEIRO – Este foi sem dúvida um dos carros que marcou a história do automobilismo brasileiro. Projeto de Toni Bianco, o Fúria vermelho número #26 correu com motor FNM 2 litros do JK durante o ano de 1970, sempre com excelentes resultados.

Quem desfilava sua competência a bordo do protótipo era Jayme Silva, que durante muito tempo foi piloto Simca, ao lado de Ciro Cayres, Fernando “Tôco” Martins e Pedro “Jaú” Aguera. A partir de 1968, com o fim da Simca no país, já que a marca francesa foi absorvida pela Chrysler, Jaime mudou para os carros da “Fenemê”, com mecânica italiana da Alfa Romeo.

Quando o Fúria, um herdeiro direto do conceito do protótipo Bino Ford, foi concebido, Jaime foi a escolha natural para guiá-lo nas corridas de média e curta duração, tendo Ugo Gallina como parceiro nas provas longas como os 1000 km de Brasília e as Mil Milhas.

Mas foi nos eventos em que Jayme guiou sozinho que o carro brilhou: o Fúria FNM foi 2º colocado nos 500 km de Interlagos após uma briga fortíssima com o Bino de Luiz Pereira Bueno, com direito à melhor volta da corrida, na média horária de 176,802 km/h. E na inauguração do Autódromo de Tarumã (foto acima), em 8 de novembro de 1970, Jaime derrotou não só o Bino do “Peroba” como também uma série de outros excelentes carros.

Jayme correu ainda com versões do Fúria equipadas com motores BMW e Lamborghini. E tempos depois, ao deixar o volante, se tornaria um dos mais respeitados preparadores do automobilismo brasileiro, fazendo motores campeões na Stock Car para os irmãos Giaffone.