Saudoso Trovão

521273_577871685559891_1695632241_nRIO DE JANEIRO – O ano era 1992. Tinha sido, inclusive, uma temporada especial para Luiz Antonio Greco porque, com a chancela da Fiat, ele e seu filho Fábio criaram a Fórmula Uno, de imenso sucesso nas pistas Brasil afora. Um campeonato que começou com 20 carros em Tarumã e fechou com mais de 50 na finalíssima em Interlagos jamais pode ser chamado de fracasso.

Porém, no dia 23 de dezembro, quando passava merecidas férias em Miami, na Flórida (EUA), o Trovão passou mal de repente e morreu, jovem ainda. 57 anos de intensa vida. Ficou o vazio e a saudade de um dos homens mais importantes da história do automobilismo brasileiro.

Podemos dizer que o profissionalismo do esporte por aqui teve em Greco um de seus alicerces. Tão jovem quanto nos deixou, ele foi alçado à condição de diretor da equipe Willys quando Christian Heins morreu tragicamente nas 24 Horas de Le Mans de 1963. Passou para o outro lado do balcão e teve sob sua condução alguns dos maiores pilotos do nosso país. Não havia prova que as Berlinetas Interlagos não fossem favoritas. Uma tradição que passou por carros feito o Mark I, o Bino e os lendários Maverick Divisão 1 e Divisão 3 de sua equipe.

Em meados dos anos 70, Greco deu um tempo das pistas, mas o lendário chefe de equipe voltou em 1984, com direito inclusive à retomada da parceria com Luiz Pereira Bueno. Com Lian Duarte e Fábio Greco, o Trovão teve a alegria suprema de um título do Brasileiro de Marcas, a bordo de outra lenda: o Ford Escort com a indefectível decoração do carro da foto acima. Em 1991, preparou os modelos Voyage, da Volkswagen. Foi sua única experiência com esse carro, pois logo criou a Fórmula Uno antes de nos deixar fisicamente.

Mas a sua história, Greco… ah! Essa história é eterna, saudoso Trovão. Felizmente você nos deixou algo a que podemos nos apegar e rememorar.

Direto do túnel do tempo (169)

tumblr_my1eqfg5Fs1qcgmxso1_400RIO DE JANEIRO – Mais uma dos bons tempos da Divisão 3, quando os carros daquela categoria ainda corriam com pneus importados e eram todos incrementados, com peso diminuído e motores com muitos cavalinhos: a foto é do Autódromo de Tarumã, em 1976 com um “pega” entre pilotos da casa. No Fusca #70 da Comauto, Vitor Mottin (e não Voltaire Moog, como o Leandro Sanco diligentemente corrigiu) a bordo. E atrás dele, a Brasília #47 de Antônio “Janjão” Freire, com o patrocínio da 1120 Rádio Continental.

Foi a 3ª etapa do campeonato, disputada em 29 de agosto. Naquela altura, Bob Sharp liderava na classe B com o Maverick da equipe Mercantil-Finasa-Greco e Álvaro Torres, outro piloto gaúcho, ponteava na classe A.

Há 38 anos, direto do túnel do tempo.

Direto do túnel do tempo (167)

tumblr_n06iaqZOSm1qcgmxso1_1280RIO DE JANEIRO – Pioneiro entre os Passat na Divisão 3 e depois na Hot-Car. Eis o lendário carro vermelho #11 do Edson Yoshikuma patrocinado pelos jeans Marshall Lester que, enquanto não quebrava, dava um trabalhão para os Fuscas, especialmente os de Arturo Fernandes, Luiz Lara Campos Jr., Ricardo Mogames e Amadeo Campos.

Yoshikuma já tinha corrido na D-3 nos tempos em que os Opalas e Mavericks davam as cartas. Ele comprou o carro de Pedro Victor de Lamare e correu com as cores da Nissei e da Pioneer em 1974, antes de mudar para os monopostos. Na Fórmula Super Vê, sofreu um grave acidente em Interlagos e foi salvo por Raul Natividade Júnior. Felizmente recuperou-se e voltou às competições de turismo.

Com o fim da Divisão 3, Yoshikuma andou na Stock Car e no Brasileiro de Marcas posteriormente, antes de abandonar as pistas.

Há 34 anos, direto do túnel do tempo.

Direto do túnel do tempo (127)

1376617_594793160586946_902435223_nRIO DE JANEIRO – O ano é 1970 e a foto traz uma lenda do automobilismo nacional: esse era um dos Opalas de Pedro Victor De Lamare, um dos primeiros pilotos a marchar para o profissionalismo no Brasil dentro do esporte a motor. Com seus carros de cor azul-escura, PV montou uma equipe com bons patrocinadores (Banco Emissor, Eletroradiobraz, Zona Sul, Ideal Tintas) e fez história com seus carros com o motor “seis canecos”, tanto o de quatro como o de duas portas, muito bem preparados pelo Caíto. Não bastasse isso, o piloto também andou na Fórmula Ford e na Divisão 4, primeiro com um Fúria Chevrolet (que também teve motor BMW) e depois com um Avallone – sem contar um estranho protótipo argenitno chamado Trueño Sprint.

Quem também tiveram a oportunidade de guiar o Opala de PV foram Carlos “Cacó” Quartin de Moraes e o gaúcho José Luís de Marchi – este último normalmente chamado para reforçar a equipe em provas longas feito as 12h de Tarumã.

Desconheço quem tenha ficado com o quatro portas de Pedro Victor, mas quando este foi para a Europa correr de Esporte Protótipo 2 litros com um protótipo March 74S patrocinado pela SPI, o duas portas – que em 1973 já estava pintado de amarelo – foi comprado por Edson Yoshikuma e continuou correndo na Divisão 3.

Há 43 anos, direto do túnel do tempo.

Penico e Opalão

1230098_435787679872832_395735814_nRIO DE JANEIRO – Foto roubartilhada do facebook do Luiz Iritani: há quase 40 anos, em 16 de dezembro de 1973, numa chuvosa pista de Interlagos – quando a pista ainda tinha seus saudosos 7,96 km de extensão – eis o “penico atômico” de Ingo Hoffmann, campeão brasileiro de Divisão 3 daquele ano na classe A, em luta campal com o Opalão quatro portas #73 patrocinado pelo Rodão, guiado pelo Zé Pedro Chateaubriand.

No ano seguinte, o Chatô iria para a Fórmula 3 inglesa e o Ingo, além de bisar o título da Divisão 3 – e com uma Brasília! – seria uma das estrelas da nascente Fórmula Super Vê, marcando a pole position em todas as corridas daquele campeonato, inclusive quando o grid foi decidido por sorteio, como ocorreu em Tarumã ou Cascavel – agora a memória me trai.

Bons tempos…

 

Direto do túnel do tempo (103)

1071223_597652180255147_919973091_oRIO DE JANEIRO – Foto mais uma vez roubartilhada do facebook do Jovino Coelho: este é o Opala Divisão 3 de Júlio André Tedesco em ação no circuito de Brasília na corrida disputada no Planalto Central na temporada da categoria em 1975. O carro do piloto de Caçador, interior do estado de Santa Catarina, tinha o patrocínio da Aldo Auto Capas, que pouco tempo depois faria o esportivo Miúra, um dos mais belos de seu tempo.

A Divisão 3, com seus carros possantes – alguns deles tinham motores de mais de 300 HP – deixou saudade. Pelo menos em mim. E em vocês?

Ah! O clique é do Lulla Torres, como bem descrito na imagem.

Há 38 anos, direto do túnel do tempo.

 

Direto do túnel do tempo (76)

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RIO DE JANEIRO – Foto “roubartilhada” do facebook do Jovino Coelho. Autódromo de Brasília, o ano é 1975. O carrinho incrementado da foto é um Chevette Divisão 3 e o seu piloto é o gaúcho Ronaldo Ely. Nascido em Nova Prata, Ely passou grande parte de sua carreira automobilística driblando dificuldades com patrocinadores (a falta deles, claro), para ser campeão da Fórmula 2 Brasil sete anos após essa corrida disputada no Planalto Central.

Na ocasião, a bordo de um dos únicos “não-Fuscas” da Classe A, para carros até 1,6 litro de capacidade cúbica, já que o outro alien era Francisco Gondim, que corria com a Brasília que pertencera a Ingo Hoffmann, este na Fórmula 3 inglesa, Ronaldo Ely terminou em 3º lugar na soma dos tempos após duas baterias de 15 voltas cada. José Fusetti foi o vencedor e Amadeo Campos o segundo.

Há 38 anos, direto do túnel do tempo.

Direto do túnel do tempo (71)

66963_175212892625999_439896173_nRIO DE JANEIRO – Bons tempos da Divisão 3 e seu exército de Fusquinhas, guiados por muita gente boa feito Arturo Fernandes, Luiz Lara Campos, Amadeo Campos e Ricardo Mogames, que se sobressaíram nas pistas brasileiras até 1980. A categoria chegou a fazer algumas corridas noturnas e uma delas foi ganha pelo carro da foto, beneficiado pela quebra de todos os supracitados, sem contar Edson Yoshikuma, um dos pioneiros no uso do modelo Passat na categoria.

Esse “Fuca” incrementado com o patrocínio da Colorgin e da CCE era de José Antônio Bruno, o “Janton”, que vira e mexe também andava com uma Brasília. A corrida, válida pela 7ª etapa do Campeonato Brasileiro de 1980, teve quase 2h30min de duração e público de mais de 40 mil espectadores no Autódromo de Interlagos.

Há 33 anos, direto do túnel do tempo.

Direto do túnel do tempo (19)

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RIO DE JANEIRO – A foto é dos arquivos de Pietro Tebaldi, mas foi “roubartilhada” do facebook do Dado Andrade. No dia 11 de agosto de 1974, foi disputada uma etapa do Campeonato Brasileiro de Divisão 3 no Autódromo de Cascavel, no interior do Paraná. Em primeiro plano no instantâneo, à esquerda, o Opala de Júlio André Tedesco, piloto de Caçador (SC). À direita, a sensação daquela corrida: o Hollywood Maverick Berta de José Renato “Tite” Catapani.

Preparado por Oreste Berta na oficina do “Mago” em Alta Gracia, na província de Córdoba, o carro foi chamado de Haras Hollywood pela quantidade de cavalos do motor V-8 – entre 400 e 450 HP. O Maverick era o carro a ser batido na Classe C e tinha como adversários os Opalas de Tedesco, Edgard Mello Fº, Reynaldo Campello e Edson Yoshikuma, que comprara o carro pertencente a Pedro Victor de Lamare.

Tentei achar o resultado da corrida na internet, mas segundo um comentário postado no blog do camarada Leandro Sanco, quem venceu foi Yoshikuma, com Edgard em segundo e Catapani, com problemas nos pneus – cujas dimensões no eixo traseiro eram semelhantes às de um carro de F-1 – chegou apenas na 10ª posição geral. Era a época em que os Fuscas eram maioria no grid, com um ou outro Chevette competindo e a Brasília de Ingo Hoffmann, que se tornou uma lenda, venceu o campeonato na Classe A.

Haras Hollywood ganhou em Fortaleza e também os 500 km de Interlagos, que fizeram parte do campeonato naquele ano. Mas com apenas 46 pontos somados, Catapani foi alijado da briga pelo título e ficou com o vice. O campeão brasileiro em 1974 foi Edgard Mello Fº, com o Opala da equipe Itacolomy.

Há 38 anos, direto do túnel do tempo.