McLaren no comando; Renault segue devendo

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RIO DE JANEIRO – Mudam os protagonistas no comando dos treinos de pré-temporada da Fórmula 1 no Bahrein. Hoje foi a vez da McLaren se impor no circuito de Sakhir, graças a uma excelente performance do novato dinamarquês Kevin Magnussen. Com a marca de 1’34″910, após 46 voltas percorridas, ele superou a melhor volta obtida por Sebastian Vettel ano passado, em ritno de corrida, por exatos 2″041. Progresso? Sem dúvida nenhuma. Pelo menos no que tange aos motores Mercedes-Benz, parece que os alemães vão bem, obrigado.

Aliás, o tempo de Magnussen a bordo do MP4-29 prateado foi um temporal, considerando a distância que o separou do 2º colocado, o alemão Nico Hülkenberg, da Force India. Mais de um segundo e meio – isso porque o nórdico encaixou uma sequência de boas voltas e foi realmente muito veloz. Mas nada impede que Hülk tenha treinado com uma carga de combustível maior que o piloto da McLaren.

Mais rápido no turno da manhã, Fernando Alonso também melhorou seu tempo em relação à primeira parte do treino – insuficiente, porém, para deixá-lo no topo. A 3ª posição, a 1″626 de Magnussen, ficou de bom tamanho para o espanhol, até porque Nico Rosberg, quarto mais rápido, ficou distante mais de dois segundos e o quinto, Valtteri Bottas, foi quase dois segundos e meio mais lento.

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Enquanto os motores Mercedes-Benz e Ferrari têm bom desempenho, os Renault, embora não tenham criado maiores problemas para as equipes clientes da marca francesa, continuam muito lentos. E a Caterham conseguiu mais uma vitória pessoal contra Toro Rosso, Red Bull e Lotus. Com Kamui Kobayashi a bordo, o CT05 do time malaio voltou a ser o melhor carro com os V6 turbo da Régie, andando em 1’39″855 após 66 voltas. A diferença para Magnussen: 4″945, quase cinco segundos.

Assustador? Nem tanto. Preocupante? Sem dúvida.

A Red Bull, que até agora mal completou 1000 km de testes em pista, conseguiu percorrer hoje 59 voltas, pouco mais que um GP inteiro no Bahrein, cuja prova é disputada em 57 voltas. Vettel não conseguiu ir além de 1’40″340, enquanto Jean-Eric Vergne, com a Toro Rosso, marcou 1’40″609. A Lotus continua fazendo pouca quilometragem com o novo E22, o último carro a realmente andar na pré-temporada: Romain Grosjean deu apenas dezoito voltas e foi o penúltimo na folha de tempos desta quinta-feira.

Tamanduá-bandeira?

f14t-front34RIO DE JANEIRO – Vista de lado, parece um tamanduá-bandeira. De frente, aquele peixe bem popular, o bagre. Ou, então, um aspirador de pó. A Ferrari F14T, novo carro da mais tradicional escuderia da história da Fórmula 1, contribui para o lote de bicos mais esquisitos da história do automobilismo. A favor do bólido da Casa de Maranello, o fato de que mesmo sendo estranha, essa dianteira é muito menos esdrúxula do que as apresentadas por McLaren e principalmente Lotus.

Claro que, com o discurso já ensaiado e na ponta da língua, Fernando Alonso e Kimi Räikkönen, este de volta à equipe após cinco anos, garantem que há potencial para que a Ferrari comece brigando de saída por vitórias. Numa temporada onde todo mundo começa do zero com relação aos motores turbo e ao regulamento que prevê uma carga de 100 kg de combustível, é preciso ter otimismo, mas sem exageros. Os italianos normalmente não conseguem administrar crises tecnológicas e se o F14T for mal-nascido, talvez seja muito difícil vê-lo competitivo ao longo do ano.

Os testes vão nos dar uma ideia se a Ferrari terá condições de fazer um bom trabalho na próxima temporada. Sua dupla de pilotos tem capacidade inquestionável e o diretor técnico James Allison é bastante competente. Vamos ver se a aerodinâmica do carro será funcional, bem como o motor V6 turbo construído para este ano e se as suspensões pull-rod, mantidas para esta temporada, vão “casar” com os pneus Pirelli.

A ver…

Um novo recorde para o tetracampeão

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RIO DE JANEIRO – Sebastian Vettel fechou da melhor forma possível uma temporada perfeita para o piloto alemão, num GP do Brasil mediano e com o pior público presente a Interlagos desde, sei lá eu, 1992. O tetracampeão (peço desculpas aos leitores por ter escrito que o piloto é penta – ainda não é, claro), que já fizera misérias no treino classificatório ao marcar a 46ª pole da carreira metendo um temporal nos adversários, ganhou praticamente de ponta a ponta em Interlagos, para igualar um feito de 60 anos.

Em 21 de junho de 1953, Alberto Ascari alcançou a bordo de uma Ferrari a vitória no GP da Bélgica em Spa-Francorchamps, a sua nona vitória em corridas consecutivas de que participou, excluindo-se da relação, é claro, as 500 Milhas de Indianápolis. Hoje, em 24 de novembro, Vettel repete o feito de Ascari – com uma ressalva: o alemão venceu nove vezes seguidas neste ano. O italiano fez a primeira da série no mesmo circuito de Spa e no mesmo GP da Bélgica, um ano antes.

Não obstante, Vettel também chegou ao mesmo número de vitórias de seu compatriota Michael Schumacher – treze no total. O antigo campeão da Fórmula 1, porém, teve melhor aproveitamento: quando atingiu esta marca em 2004, eram 18 etapas. A temporada deste ano teve uma corrida a mais. Mas isso não ensombra, de forma alguma, o feito do “Colosso de Heppenheim”.

Outra que entra para a história: Vettel somou 397 pontos ao fim do campeonato. A Mercedes, nova vice-campeã mundial de Construtores, fez 360. A Ferrari, terceira colocada, 354. Podemos então brincar que, se Vettel fosse um construtor, sozinho, ele seria campeão mundial de Fórmula 1 também.

Quanto à corrida, como disse, foi mediana. Salvaram-se alguns momentos de disputas encarniçadas e a expectativa quanto a uma chuva que no fim das contas não veio, após dar as caras e as cartas nos treinos livres e na qualificação.

O GP do Brasil foi de várias despedidas. Os motores V8 aspirados de 2,4 litros saem de cena, para dar lugar aos motores 1,6 litro com alimentação por turbocompressores. A Fórmula 1 volta à chamada “Era Turbo” após 26 anos na próxima temporada. Também Mark Webber deixou a categoria neste fim de semana, com um 2º lugar que merece ser registrado pelo empenho do piloto australiano na pista, pela ótima disputa com Fernando Alonso e pela volta final de desaceleração, onde tirou o capacete para levar o vento na cara, tal como Didier Pironi fez diversas vezes nos anos 80 e Gerhard Berger repetiu o feito no GP de Portugal de 1989.

Aliás, nos vídeos abaixos, eis as respostas a quem disse que era “inédita” a manifestação de Webber ao tirar seu capacete ainda dentro do carro.

Tirando a dobradinha da Red Bull. o que existiu de positivo no GP do Brasil de fato foi a boa performance da dupla da McLaren. Jenson Button, com a classe de sempre, chegou em quarto e Sergio Pérez, em sua última corrida pela escuderia de Woking, foi o sexto, tendo Nico Rosberg de recheio entre eles. O desempenho de Button, pasmem, foi o melhor dele em 2013, o que dá uma medida do quão abaixo da crítica foi a temporada do time de Ron Dennis e Martin Whitmarsh. A equipe conquistou um obscuro 5º posto no Mundial de Construtores com quase três vezes menos pontos que a Lotus, quarta colocada. Button foi nono no Mundial de Pilotos e Pérez, 11º colocado.

A corrida também teve algumas punições. Uma, nem um pouco surpreendente, para Giedo Van der Garde, que ignorou as bandeiras azuis, algo com que o holandês da Caterham estava bastante acostumado a ver ao longo do campeonato. Também sobrou para Felipe Massa, que chegou em 7º lugar e Lewis Hamilton, que foi nono.

Ao brasileiro, foi o fim de uma remota possibilidade de pódio e da certeza de terminar seu GP caseiro num razoável 4º posto, após uma boa largada e uma corrida boa até o momento em que foi punido. Segundo os comissários da FIA, Massa “cortou” a linha branca de entrada dos pits com seu carro, o que segundo se avisou no briefing da direção de prova com os pilotos, não seria permitido. Não houve choro nem vela. Embora reclamasse no rádio com a equipe dizendo que a punição era “inaceitável”, Massa ainda chiou na passagem pelos boxes para um drive through. Voltou fora da zona de pontos e ainda chegou em sétimo.

Já Hamilton foi punido em razão de um incidente com Valtteri Bottas, onde o britânico invadiu a linha do finlandês da Williams, provocando o contato com o carro do nórdico, a perda do pneu e o abandono do rival. Para muitos, uma punição justa porque pareceu um erro de Hamilton. Achei, porém, que Bottas foi otimista demais ao tentar uma ultrapassagem por fora sobre o piloto da Mercedes, que nunca saberemos se acabaria concretizada. Os comissários viram culpa em Hamilton e o piloto, que também teve um pneu dechapado em razão do contato, acabou bem longe do pódio.

De resto, vimos Hülkenberg de novo nos pontos com o 8º lugar e Daniel Ricciardo, em sua despedida da Toro Rosso, marcando o último ponto de 2013. No total, 19 pilotos viram a quadriculada e pelo menos um deles, o britânico Max Chilton, da Marussia, notabilizou-se por conseguir terminar todas as corridas do ano – mesmo que entre os últimos ou em último na maioria das ocasiões.

É isso. Termina mais um Campeonato Mundial de Fórmula 1. A categoria volta em 2014 com muita coisa nova. Carros com motores turbo e pouca quantidade de combustível darão as cartas. Há quem duvide que Vettel será capaz de manter sua hegemonia com o novo regulamento técnico. Mas quanto a isso, só saberemos se irá acontecer de fato a partir de 16 de março do próximo ano, quando o GP da Austrália dará a largada para a 65ª temporada da história, em Melbourne.

Mais um recorde para Vettel

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RIO DE JANEIRO – Oito vitórias consecutivas, 200 pontos nas últimas corridas antes do encerramento do campeonato em Interlagos. Não é brincadeira não: isso foi o que Sebastian Vettel conseguiu a partir do GP da Bélgica, após a interrupção do calendário da Fórmula 1 para um período de férias de verão. Daí em diante, foi uma sova do alemão em cima da concorrência, a conquista do tetracampeonato com boa antecedência e a quebra de mais um recorde na carreira do piloto alemão: com o oitavo triunfo seguido do ano, ele deixou para trás Michael Schumacher, que vencera sete vezes consecutivas em 2004. Alberto Ascari, o grande campeão italiano dos anos 50, também ganhou sete seguidas, mas em anos diferentes, precisamente 1952/53.

O segundo GP dos EUA disputado no belíssimo COTA em Austin, capital do Texas, conseguiu ser pior que o do ano passado. Nem a entrada do Safety Car em decorrência de um prematuro abandono do alemão Adrian Sutil, da Force India, foi capaz de ajudar a trazer alguma emoção a esta etapa do campeonato. Vettel não deixou e nem Romain Grosjean, que liderou momentaneamente a corrida, também não se esforçou para tentar estragar a festa do tetracampeão.

A nota positiva do fim de semana ficou por conta da performance de Nico Hülkenberg, outra vez levando a Sauber aos pontos com um bom 6º lugar e a excelente corrida de Valtteri Bottas, que completou em oitavo. O nórdico entrou para os compêndios: é o 323º piloto da história da Fórmula 1 a pontuar. A Finlândia, inclusive, nos oferece uma interessante estatística: com nove pilotos inscritos para pelo menos um GP na história, oito deles competiram (a exceção foi Mikko Kozarowitzky, em 1977). Desses oito, sete – agora com Bottas – pontuaram. O único que correu e não pontuou foi Leo Kinnunen, lenda da Endurance dos anos 70, que fez uma corrida apenas em 1974, na Bélgica.

Com relação à corrida de Felipe Massa, pouco há a ser dito, uma vez que após largar na segunda metade do pelotão, o brasileiro acabou vítima de uma estratégia que o fez parar duas vezes – a primeira para tentar se livrar de Jenson Button – e que não deu certo. O piloto cruzou em 13º na quadriculada, mas ganhou uma posição no resultado final porque Jean-Eric Vergne, da Toro Rosso, foi punido com acréscimo de 20″ ao seu tempo total de corrida por um incidente com Esteban Gutiérrez.

Fernando Alonso chegou em quinto e somou pontos importantes para ainda manter viva a briga da Ferrari pelo vice-campeonato. Para sorte da equipe italiana, a Mercedes somou apenas 14 pontos em Austin. Só que a Lotus fez 18 com Grosjean e, embora tenha esperado fazer mais com Kövalainen, outro que também se deu mal ao fazer duas trocas de pneus no GP dos EUA, acabou por reduzir um pouco a diferença que a separa da turma de Maranello. Faltando a última corrida no Brasil, está assim: Mercedes com 348 pontos, Ferrari com 333 e Lotus com 315.

No Mundial de Pilotos, nenhuma dúvida: Alonso vice-campeão e Hamilton, que está em 3º com 187 pontos, ainda tem que se preocupar. Mark Webber, quinto com 181, reúne chances matemáticas para superar o britânico. Räikkönen, que caiu para quarto com 183 (porque não correu neste fim de semana e não correrá mais em 2013), bem que podia estar nessa briga aí, não é não?

Ele, de novo

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RIO DE JANEIRO – Já não é mais segredo para ninguém que Sebastian Vettel, tetracampeão consecutivo da Fórmula 1, busca a quebra de todos os recordes possíveis e imagináveis. Um deles é bem difícil de ser batido, mas o “Colosso de Heppenheim” segue tentando. Hoje em Austin, o alemão cravou a oitava pole position dele em 2013 e a quadragésima-quarta na carreira, liderando mais um 1-2 da Red Bull em qualificação e evidenciando o favoritismo dos carros do time rubrotaurino.

Com o cronômetro já zerado, Vettel superou o tempo de Mark Webber, marcando 1’36″338, um décimo de segundo melhor que o australiano – que em suas duas voltas rápidas no Q3 chegou a ficar com a pole provisória. Mas é praticamente impossível superar o alemão em condições normais e assim veio mais um temporal do alemão, que comemorou à moda Shake and Bake, como no filme “Talladega Nights: the ballad of Ricky Bobby”.

A segunda fila terá um Romain Grosjean cada vez melhor a bordo da Lotus E21 e Nico Hülkenberg, valorizando ainda mais seu passe para 2014. O piloto da Sauber continua sendo um dos mais cobiçados para a próxima temporada e a Lotus tem como meta sua contratação – mas a situação só se resolverá quando o dinheiro do Grupo Quantum der as cartas. Por enquanto, Hulk vai dando seu recado (e muito bem) com seu C32.

Após cravar um tempo medíocre durante a primeira volta rápida no Q3, Lewis Hamilton ainda levou a Mercedes ao quinto posto no grid, suplantando Fernando Alonso – que mais uma vez andou muito mais do que o carro que tem em mãos. O espanhol passou para a última fase do treino classificatório com um impressionante 3º tempo no Q2, enquanto Felipe Massa, que já passara do Q1 na bacia das almas, sucumbiu na segunda parte da sessão. O brasileiro largará em 14º porque Jenson Button, 13º após o Q2, foi punido com a perda de três posições no grid em razão de uma irregularidade num dos treinos livres.

Por falar em McLaren, o demitido Sergio Pérez aproveitou a ocasião em que corre “em casa”, pois o Texas, estado onde foi erigido o circuito de Austin, é bem pertinho do México, para ficar com a 7ª posição do grid, à frente de Heikki Kövalainen, o substituto de Räikkönen no segundo carro da Lotus. Valtteri Bottas deu uma sova incrível em Pastor Maldonado e colocou a Williams no Q3 com o nono tempo, abrindo a quinta fila na companhia de Esteban Gutiérrez.

No mais, afora as ótimas performances da dupla da Sauber, de Bottas e de Grosejan e o mau resultado de Massa, a grande decepção da qualificação em Austin talvez tenha sido a performance de Nico Rosberg, que não conseguiu fazer absolutamente nada produtivo com sua Mercedes e ficou em décimo-quarto, subindo apenas uma posição com a punição a Button.

E é tudo. Dessa vez, ninguém se deu mal com o GP dos EUA, não é mesmo? E meu palpite para amanhã é o de sempre: Vettel na cabeça. E o de vocês, leitores e leitoras?

Ah, as voltas que o mundo dá…

960152_674786885867600_552251258_nRIO DE JANEIRO – A polêmica carona de Fernando Alonso a Mark Webber em Cingapura, após a corrida da Fórmula 1 no último fim de semana continua dando pano pra manga. Todo mundo lembrou, é claro, do carreto triplo de Nelson Piquet a Stefan Johansson, René Arnoux e Philippe Alliot no GP do México em 1986 e a histórica forcinha de Nigel Mansell a Ayrton Senna, num GP da Inglaterra nos anos 90.

Um dos que condenou a atitude da dupla Alonso-Webber foi Derek Warwick, o comissário-piloto que atuou junto aos homens da FIA que puniram o australiano da Red Bull com a perda de 10 posições no GP da Coreia do Sul, posto que Mark acumulou a terceira advertência em seu prontuário.

Muito bem: sabem quem é o piloto que está sendo levado de carona na foto acima, lá por 1987/1988?

Pois é, gente… é o mesmo Derek Warwick, que guiava na Arrows naquela época e aceitou uma carona de Gerhard Berger, piloto da Ferrari.

Se alegaram perigo no que Alonso fez com o australiano, nos anos 80 isso aí da foto era o que, então?

Pura hipocrisia…

 

Direto do túnel do tempo (124)

1234837_585824058142550_431893465_nRIO DE JANEIRO – Capa da F1 Racing, revista automobilística que chegou a circular aqui em versão em português, com poucos exemplares, distribuição caótica e peridiocidade irregular. O ano é 2003 e o destaque da edição de setembro, cuja capa que estampa este post, é para Fernando Alonso, então contratado da Renault e Kimi Räikkönen, a aposta da McLaren.

“Você está olhando para o futuro da Fórmula 1”, diz a chamada.

Ninguém poderia adivinhar que, uma década depois disto, os dois seriam anunciados como companheiros de equipe na Ferrari a partir de 2014.

Há 10 anos, direto do túnel do tempo.

Diga 33

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RIO DE JANEIRO – Estamos sem manchete, dirão alguns. E estamos mesmo. Tive que apelar para um procedimento médico das antigas para poder tornar um post sobre uma corrida insuportavelmente chata algo divertido de se ler. O GP de Cingapura foi a polaroide em cores vivas do que, aliás, tem sido a temporada 2013 do Mundial de Fórmula 1.

Foi uma corrida sacal do começo ao fim, em que pese as trocas circunstanciais de posições no fim da disputa. Sebastian Vettel, que não tem nada a ver com isso – ou tudo a ver, dependendo do ponto de vista, claro – venceu pela 33ª vez na carreira, dando mais um largo passo rumo ao tetracampeonato consecutivo do Mundial de Pilotos. Com vantagem de 60 pontos para o vice-líder Fernando Alonso, o alemãozinho da Red Bull continua triturando a concorrência e conquistando mais e mais resultados que o deixam no panteão dos principais nomes da categoria.

Alonso mais uma vez se superou: largou em sétimo e chegou em segundo, pondo mais 18 pontos na conta. Porém, como Vettel e sua Red Bull formam uma combinação quase inatingível, o espanhol não tem como ficar tão triste assim com seu desempenho no circuito Marina Bay.

E o que dizer de Kimi Räikkönen, novamente espetacular? Infiltrado de Voltaren, com dores fortíssimas nas costas, o Iceman mostra de novo porque fez por merecer regressar à Ferrari. O finlandês fez uma grande corrida vindo do meio do pelotão e beliscou, com uma manobra belíssima para cima de Jenson Button, o último lugar do pódio neste domingo.

 De resto, pouco – ou nada a dizer. Felipe Massa cumpriu prontamente o que tinha dito no início da semana – de que não ajudaria Fernando Alonso. E não ajudou mesmo. Chegou em 6º lugar, atrás da dupla da Mercedes-Benz, com Rosberg à frente de Hamilton. E poderia ter sido um pouquinho pior, se não fosse a quebra do câmbio do carro de Mark Webber na última volta.

Até nisso o Vettel tem sorte…

E vamos nos preparar porque vem por aí uma das mais chatas corridas do ano: o GP da Coreia do Sul, na inócua pista de Yeongnam. Eu, se pudesse escolher, não teria dúvidas e limaria essa corrida do calendário da Fórmula 1. Como não tenho poderes, segue o parador.

O retorno do Iceman

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RIO DE JANEIRO – Felipe Massa antecipou ontem a sua saída da Ferrari e hoje foi a vez do time italiano confirmar o que muitos de nós já desconfiávamos que aconteceria: Kimi Räikkönen, campeão mundial de Fórmula 1 em 2007, está de volta a Maranello. O piloto de 33 anos assinou contrato por dois anos e será o companheiro de equipe de Fernando Alonso na próxima temporada.

A intenção da Ferrari em reunir dois campeões mundiais em suas fileiras, algo que não acontece desde o distante ano de 1953, com Alberto Ascari e Giuseppe Farina, parece evidente: com dois pilotos competitivos, os italianos querem roubar o máximo possível de pontos dos rivais, principalmente da Red Bull. E de Sebastian Vettel, lógico.

Aparentemente, é uma mudança na política de contratação de pilotos. A Ferrari poucas vezes se preocupou em ter uma dupla 100% forte. No máximo, um bom piloto capaz de somar pontos e outro, para ser campeão. Foi assim com as duplas Lauda-Regazzoni, Scheckter-Villeneuve, Prost-Mansell (embora esta combinação tenha falhado), Schumacher-Barrichello e, ultimamente, Alonso-Massa (outra combinação que não resultou em títulos para o espanhol).

Provavelmente a luz de alerta se acendeu e o pensamento para o próximo ano é outro. A Fiat, dona da Ferrari, que também bota nas ruas carros esportivos icônicos, deve estar cansada de levar surras homéricas de uma equipe de um sujeito que vende milhões de latinhas de energéticos. É a tradição contra os emergentes. E nessa, a Ferrari tem perdido feio no confronto direto.

O problema – se é que vai existir algum – está nas atitudes de Fernando Alonso. Como falei, o espanhol é político e terá sempre a imprensa espanhola a seu favor, para chorar junto, reclamar junto e pôr a Ferrari contra a parede, caso algo dê errado. O bicampeão mundial já mostrou ter dificuldades em trabalhar com um piloto com quem divida atenções. Isso ficou claro em 2007, na McLaren, quando – mesmo sendo estreante – Lewis Hamilton deu sufoco em Alonso e os dois perderam o campeonato daquele ano para o mesmo Räikkönen que regressa à escuderia italiana.

Kimi não deverá ter dificuldades de se relacionar com Alonso. Aliás, o finlandês não tem problemas com ninguém, devido a sua personalidade introspectiva – enquanto sóbrio, claro. Ele é tão bom quanto Alonso na pista e em matéria de jogo político, ele não está nem aí. E tampouco para o que a imprensa pensa a seu respeito. Räikkönen não se importa com nada ao seu redor. Senta e acelera. E isso é o que ele sabe fazer de melhor.

Uns torcem o nariz para essa dupla e acham que é uma combinação que não dará certo. Outros, como eu, acham que serão tempos divertidos em Maranello. Ou Alonso se enquadra de vez e trabalha coletivamente, ou Räikkönen ignora os chiliques do futuro companheiro de equipe e aí, já viu…

Desde já, a formação Alonso-Kimi é, sem sombra de dúvidas, a mais forte para toda a temporada de 2014 do Mundial de Fórmula 1. O quanto será eficiente, só as corridas do futuro campeonato hão de dizer.

O velho novo campeão

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RIO DE JANEIRO – Podem entregar a taça para o #1 de cabelo loiro e que pilota o carro do touro vermelho na Fórmula 1.

Acho que não há mais dúvidas quanto a isso: Sebastian Vettel vai ser de novo campeão mundial. E provavelmente com muito mais facilidade que no ano passado. O piloto da Red Bull está em fase espetacular e a equipe, que convive com muito menos problemas técnicos e extrapista do que Ferrari e Lotus, só para citar estas duas, trabalha com o objetivo de colocar o alemão de 26 anos no topo novamente.

A corrida do último domingo, uma das primeiras que confesso ter visto na sua totalidade em algum tempo, foi pobre em emoções. Vettel dominou como quis a situação desde os treinos. Fez a pole position e venceu com sobras, deixando claro que se existe alguém para ser batido, esse alguém é ele. Com três vitórias nas últimas quatro corridas, além de quebrar uma incômoda maldade de seus detratores – que enchiam o saco porque o piloto não tinha vencido uma única corrida em território europeu ano passado – Vettel ganhou em casa e em dois templos do automobilismo: Spa-Francorchamps e Monza, mesma pista onde venceu pela primeira vez na carreira.

Os números não mentem: Vettel será o tetracampeão mais jovem da história da Fórmula 1 e poderá superar Fernando Alonso em número de vitórias na carreira. O asturiano, que vive entre a cruz e a espada, pois o clima na Ferrari não lhe é favorável, ao mesmo tempo em que ainda reúne chances esparsas de ser campeão, também tem as mesmas 32 vitórias que o rival e corre sérios riscos de perder a supremacia de triunfos entre os pilotos atuais da categoria máxima. Ambos estão empatados em 4º lugar no ranking de conquistas em GPs, só que Vettel tem um aproveitamento muito maior – 28,32% contra 15,31% do espanhol. É a tal média de uma vitória a cada quatro corridas – ou menos.

A luta quase desigual pelo título passa a ser entre o alemão da Red Bull e Fernando Alonso. Uma pena que Kimi Räikkönen tenha sido alijado tão cedo da contenda, por uma série de fatores: problemas financeiros da Lotus e a negociação empreendida pelo finlandês e seu empresário para sair da equipe dirigida por Eric Boullier influenciaram fortemente para que o nórdico não fosse capaz de brigar pelo campeonato.

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Aliás, sobre Kimi na Red Bull, todo mundo soube: houve mesmo tratativas para que o campeão mundial de 2007 engrossasse as fileiras do time do touro vermelho, mas houve uma pressão extremamente grande de Helmut Marko para que Daniel Ricciardo fosse escolhido como o segundo piloto e há quem diga que não teria sido uma sábia decisão do austríaco em promover o australiano, hoje na Toro Rosso, para o lugar do compatriota Webber. Há quem ache esta opção um erro e só o tempo dirá.

Goradas as negociações com os rubro-taurinos, veio a chance do regresso de Räikkönen a Maranello. É uma boa para ambas as partes, embora Kimi tenha saído meio chamuscado da equipe quando aceitou ganhar dinheiro sem correr e a Ferrari trouxe Fernando Alonso para seu lugar. A Lotus até se movimenta nos bastidores para evitar o inevitável, mas a equipe dos carros pretos e dourados deve dinheiro ao finlandês e há aquela velha história: “no money, no race”.

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Talvez, com a chegada de um companheiro de equipe mais forte, Fernando pare de chororô e volte a ser Fernando Alonso, não se transformando numa espécie de Alain Prost. 

Por que comparo o espanhol ao tetracampeão francês? Simples: Alonso gosta de se impor no jogo político, tal qual Alain fez inúmeras vezes. É chorão, como Prost muitas vezes mostrou na Fórmula 1. E ambos contaram com grande beneplácito da FIA: Prost foi claramente beneficiado em 1989 no polêmico episódio entre ele e Senna em Suzuka. Alonso ganhou o salvo conduto da entidade duas vezes, no escândalo da espionagem entre McLaren e Ferrari e depois no lamentável acontecimento de Cingapura, onde a carreira e a imagem de Nelsinho Piquet foram devidamente incineradas e ele saiu, como sói, ileso.

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Com a possibilidade cada vez mais clara de um regresso de Kimi a Maranello, parece óbvio que Felipe Massa vai sobrar na Ferrari. E já não é sem tempo. Não é porque é brasileiro que temos que defender os pilotos brasileiros. Alguns deles, inclusive, passaram em brancas nuvens na Fórmula 1 e nem merecem ser lembrados, principalmente porque não tiveram uma atenuante dentro do automobilismo que possa absolvê-los (não vou citar nomes, esqueçam). Massa é uma pálida sombra daquele piloto que em 2008 quase foi campeão mundial e que não abraçou aquela chance que lhe sorriu porque não teve sorte em alguns momentos, porque lhe faltou competência em algumas outras ocasiões e principalmente pela postura quase infantil em imputar ao episódio de Cingapura a perda do título de pilotos daquele ano para Lewis Hamilton.

Os dados estão aí para serem jogados e rolarem. O que vai acontecer a Alonso, Massa e Kimi, só o tempo dirá. E por falar em tempo, é uma questão dele agir para que Vettel seja consagrado, mais uma vez, campeão mundial de Fórmula 1.

Empurra-empurra

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RIO DE JANEIRO – Falar de e sobre Fórmula 1 está ficando cada vez mais chato. A categoria, outrora inovadora, não tem mais novidade técnica nenhuma, os carros se parecem uns com os outros, o ronco dos motores é uniforme demais e, para completar, num campeonato onde as atrações deveriam ser os pilotos e as equipes, desfilando tecnologia, o cerne do debate está nos pneus. De novo.

Alvo de severas críticas desde que voltou à categoria como fornecedora única dos compostos que equipam os carros da Fórmula 1, a Pirelli foi metralhada, talvez sem muita culpa, por tudo o que aconteceu no recente GP da Inglaterra. É claro que o histórico do fabricante depõe contra: a pedido de Bernie Ecclestone, os italianos produziram pneus macios que mal duram dez voltas e duros que duram pouco mais do que isso. A justificativa é aumentar o número de paradas de box e provocar alternativas às corridas. Só que o público se cansa de ver carros entrando nos pits como ratos em tocas e a imagem da Pirelli está seriamente manchada pelo conjunto da obra.

Formula One World Championship, Rd8, British Grand Prix, Race Day, Silverstone, England, Sunday 30 June 2013.

Mas é bom prestar atenção ao seguinte: os quatro pilotos que tiveram pneus furados – Lewis Hamilton, Felipe Massa, Jean-Eric Vergne e Sergio Pérez – durante o GP da Inglaterra, podem ter sido vítimas da configuração das zebras do circuito de Silverstone. É sabido que, no automobilismo, as zebras são usadas para o apoio dos carros nas curvas e também para ganhar tempo. Porém, algumas podem ter quinas que danificam os pneus e é bem possível que eles não tenham resistido. É muita coincidência que tenham sido todos na roda traseira esquerda, não é mesmo?

A Pirelli teve sua parcela de culpa no episódio. Num comunicado um tanto quanto malcriado, Paul Hembery, diretor da marca para a Fórmula 1, meteu a boca nas equipes. Além da questão das zebras, incluiu no lote de problemas em Silverstone a baixa pressão dos pneus, a cambagem excessiva e até a montagem errada dos mesmos nas rodas traseiras. O fabricante se defendeu dizendo que os pneus são assimétricos e, portanto, não são intercambiáveis.

Após o mal-entendido, a Pirelli desculpou-se e disse em outro comunicado que tem o “apoio” das equipes da categoria. Já quanto aos pilotos, não se pode dizer o mesmo. Fernando Alonso diz que “apenas podemos confiar” no fabricante quanto a mudanças nos pneus. A falta de garantias quanto a uma melhora na construção e no desempenho dos compostos deixa a turma com uma pulga atrás da orelha.

Com toda razão.

O que não pode acontecer é esse empurra-empurra. A Pirelli errou ao culpar as equipes. E as equipes erraram ao culpar a Pirelli. Talvez todos tenham errado. Ou o problema seja apenas e tão somente com as zebras de Silverstone.

Enfim, vai saber…

Reitero o que disse: está cada vez mais chato falar de e sobre Fórmula 1. Se nada mudar, dificilmente o blogueiro vai dar espaço para a categoria nos próximos posts.

Alhonso

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Criatividade aqui, é mato. Olha só o outdoor do Hortifruti, um mercado especializado em frutas, legumes e hortaliças, que tem lojas em São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Sobrou até pro Fernando Alonso. Ou melhor… Fernando Alhonso. Eles já fizeram campanhas divertidíssimas… mas talvez os fãs do asturiano não gostem muito dessa.

O tempo passa… o tempo voa…

581032_460735630679546_1679096360_nRIO DE JANEIRO – Capa de um exemplar de 2001, número 39, da revista italiana Autosprint, com Felipe Massa saudado como o “novo Senna”. É a mesma imprensa que, não faz muito tempo atrás, se bem me recordo, pediu sua cabeça e fez sua caveira exigindo a contratação de Sergio Pérez para ser companheiro de Fernando Alonso. O tempo passa, o tempo voa…

Mal comparando com o que a imprensa especializada em futebol teima em fazer, colocando em paralelo Neymar com Lionel Messi – e para muitos deve ser muito duro assumir que o argentino é, de fato, o maior jogador deste planeta e deste século – a analogia feita pelos italianos não passa de uma pálida lembrança daquele Felipe Massa que, até 2008, nos deu alguma esperança de termos de novo um brasileiro campeão na Fórmula 1.

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Um Rosberg no pódio, 30 anos depois

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RIO DE JANEIRO – O GP de Mônaco desse ano dividiu-se em duas partes: chato, muito chato no início e animado do meio para o fim. Teve de tudo. Batidas, barbaridades, bandeira vermelha, algumas boas ultrapassagens e – sim, senhores! – uma vitória da Mercedes. Os leões de treino superaram a fama adquirida nas corridas anteriores e chegaram lá no Principado. E, trinta anos depois do pai, Nico Rosberg vence num dos circuitos mais tradicionais da Fórmula 1.

Ok… a corrida foi atípica e a Mercedes respondeu rápido. Só não fez a dobradinha porque Hamilton acabou prejudicado na primeira das duas entradas do Safety Car. Caiu para quarto e por lá ficou. Acabou atrás do líder do campeonato Sebastian Vettel e de Mark Webber, que conquistou seu quarto pódio nas cinco últimas edições da corrida do Principado. O alemão, líder do campeonato e atual tricampeão, continua sem vencer em território europeu. Isso parece não preocupá-lo – muito menos que o fato de que a Red Bull, mesmo comandando o Mundial de Construtores com 164 pontos, não tem mais o carro de outro planeta que teve noutros tempos.

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Primeira fila prateada… de novo

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RIO DE JANEIRO – Ninguém se surpreende mais com os leões de treino da Fórmula 1: a Mercedes continua com fome e abocanha mais uma pole position de forma consecutiva na temporada 2013. É a quarta da estrela de três pontas e a terceira em sequência cravada por Nico Rosberg, que pelo visto tomou gosto pela coisa. Só não pode fazer comemorações estranhas como a de hoje. O resto tá valendo.

O treino foi interessante pelas condições em que aconteceu. Choveu entre a terceira sessão livre e a qualificação, o que tornou as coisas mais complicadas para alguns. Paul Di Resta e Estebán Gutiérrez, por exemplo, passaram pelo vexame de sequer avançarem do Q1 para o Q2. Mas o pior, mesmo, aconteceu com Felipe Massa.

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Em casa é mais gostoso

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RIO DE JANEIRO – Apesar da demora em comentar sobre o Grande Prêmio da Espanha, claro que assisti a corrida deste domingo disputada em Barcelona. E até que, para um circuito taxado de “monótono”, a pista da Catalunha teve uma boa corrida e, depois de 17 anos, um carro que não largou na primeira fila venceu. Cortesia de Fernando Alonso, que enlouqueceu a torcida com um início de corrida avassalador a bordo de sua Ferrari. Início este que foi decisivo para o 32º triunfo de Don Alonso de las Asturias, que o deixa como o quarto maior vencedor, de forma isolada, da Fórmula 1.

A minha aposta pessoal foi em Kimi Räikkönen – e não foi muito em vão, visto que só Alonso chegou à frente do finlandês da Lotus, que agora está a apenas quatro pontos de Sebastian Vettel no Mundial de Pilotos. O Iceman teve um desempenho muito consistente com o E21 equipado com pneus macios e se valeu disto para parar uma vez menos que todos os principais adversários e ampliar seu recorde pessoal para 22 corridas consecutivas na zona dos pontos – duas a menos que a marca absoluta e histórica pertencente a (evidentemente) Michael Schumacher.

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Mercedes faz 1-2 em Barcelona

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RIO DE JANEIRO – Ainda tem quem se surpreenda. Mas a Fórmula 1 é assim. Cheia de franco-atiradores falando o que querem. Só que a Mercedes não é mais surpresa – pelo menos em ritmo de qualificação. Os carros prateados voltam a monopolizar uma primeira fila após um hiato de 58 anos. Em Monza, no GP da Itália de 1955, quando largavam três (às vezes quatro) carros na linha de frente, Juan Manuel Fangio, Stirling Moss e Karl Kling fizeram o 1-2-3 dos W196, as legítimas Flechas de Prata.

Tá: antes que alguém se apresse e venha aqui me corrigir e dizer que estou errado, no ano passado Rosberg e Schumacher largaram da primeira fila no GP da China. Só que Hamilton, o segundo mais rápido, foi punido. Em termos de desempenho puro, na pista, não é para mim uma primeira fila de direito e fato. Hoje, foi a vez de Nico Rosberg e Lewis Hamilton fazerem as honras da casa de Stuttgart.

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